Aprendiz Arquitetônica

Arquitetura é devoção à arte da criação e contemplação, é preocupar-se com fatores além da estética, com a qualidade de ambientes que abrigam a existência em si.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Conhecendo Paulo Mendes da Rocha


A medida que vou conhecendo tanto as obras quanto a personalidade de Paulo Mendes da Rocha, vejo que é impossível não ficar encantada. Dono de uma personalidade ousada, divertida, culta e extremamente inteligente, ele cria e recria despretensiosamente a arquitetura moderna sem menosprezar o antigo, preocupando-se ao máximo também com o entorno e com todos os dilemas da urbanização das cidades, além da manutenção da arte e liberdade da arquitetura em face aos tempos modernos que sujeitam tudo à mercantilização.

Museu da arte moderna em Santos
Paulo Mendes da Rocha e metro Arquitetos Associados

Em forma de um cubo, o museu é suspenso, e a iluminação é elemento chave na sua composição arquitetônica.

Museu-escola, Santo André, SP

 Modernista, vê-se nesta obra claramente a preocupação em manter as formas "puras",compondo o belo a partir do básico e funcional.

Museu e teatro, Vitória

 O arquiteto é "mestre" na arte de brincar com as formas sutis, em criar estruturas independentes,  suspensas, aqui ele faz um jogo das linhas retas com a curva, e aproveita a beleza do espelho d'água para compor a fachada.

Museu, Belo Horizonte

Paulo Mendes da Rocha e Pedro Mendes da Rocha

Em um edifício histórico, através de vidro e Metal, Paulo Mendes da Rocha mantêm a linda fachada com concepções arquitetônico-estruturais da antiguidade clássica,  e cria espaço para o museu das Minas e do Metal,  que não poderia ter materiais melhores que o vidro e o metal para  "dialogar" diretamente com sua função que é a de apresentar atrações virtuais e interativas.


Segue abaixo uma postagem com uma entrevista a Paulo Mendes Da Rocha.

 

 

Paulo Mendes da Rocha em Foco

Todos precisamos de boas inspirações, de modelos a seguir, como bons arquitetos, devemos sempre ter aqueles a quem tomamos como exemplo, por isso irei apresentando as particularidades e singularidades que tornaram arquitetos famosos no que eles são, para que possamos nos inspirar e saber como atingir um pouco de tal sucesso e amor pela obra.O primeiro escolhido foi Paulo Mendes da Rocha, encontrei uma entrevista com ele no excelente site de arquitetura ARCOWEB (confira depois!) e selecionei os trechos que considerei mais importantes para analisarmos.


Fale sobre sua forma de projetar, em parceria com outros escritórios.
Paulo Mendes da Rocha - O trabalho de arquitetura tem de ser feito com participação efetiva de companheiros; não pode ser solitário. Há uma permanente interlocução, mesmo quando não está explícita. Nosso modo de trabalhar não é inédito, e, no nosso caso, ele é conseqüência do fato de termos convivido na FAU-USP.
E certamente muitos deles foram seus alunos...
Todos foram meus alunos, mas não é isso. É mais uma questão de clima. Tenho a impressão de que nenhum deles aprendeu nada comigo. Somos um grupo de arquitetos. O resultado do nosso trabalho é uma questão que não se pode prever muito, é uma espécie de desencadeamento de uma situação. Considero nossa forma de trabalho um privilégio. E ideal.
Por que ideal?
É que, na verdade, ela resulta de uma escolha de nós todos, não sou eu que escolho. Iniciamos um trabalho que, desencadeado, é impossível fazer de outro modo.
Como aconteceu essa aproximação?
O que nos aproximou foi o trabalho. O grupo é unido por amizade, parceria, e, mais do isso, por solidariedade no trabalho. E, claro, nós enfrentamos o trabalho com certa dificuldade. A prática do trabalho, a prática pública, o trato com construtoras, empresas, a demanda de trabalho, e mais, tentando sempre preservar a integridade do projeto, enfrentando a vertigem do mercado e coisas do tipo. E, inclusive, tentando preservar a independência e a liberdade do discurso da arquitetura como uma forma de conhecimento.
O grupo todo se ampara muito bem nessa expectativa, mantendo certa independência no trabalho em relação à expectativa preexistente das demandas. Em certo sentido, procuramos replicar a vertigem do mercado.
Replicar como?
É fazer a arquitetura se mover na direção da reflexão sobre as coisas que vão se transformando, no âmbito da cidade, por exemplo. Uma questão, a desconexão entre metrô - que ainda é uma novidade, até pela lentidão com que é feito - e a estrutura mesma da cidade, planos de educação, localização dos equipamentos urbanos etc. são fatos, por exemplo, que merecem uma réplica. Não se consegue corrigir uma cidade, mas consegue-se sempre dizer alguma coisa que não é passiva em relação ao assunto.
Projetar assim, com muitas pessoas, deve dar algum problema. Como funciona na prática?
Só temos um problema e é grave: é que nos divertimos muito e precisamos manter certa seriedade. Gastamos tanto de tinta de impressora quanto de litros de uísque.
Acaba se estabelecendo um amplo equilíbrio entre os vários interlocutores, inclusive no plano crítico.
Todo mundo se constitui em escritórios por razões técnicas, comerciais, jurídicas. Mas nós, na verdade, somos autônomos personagens. Eu falo com o Martin, como se falasse com o Milton, que fala com o Eduardo, que fala com o Zé Armênio: qualquer um de nós fala com o outro de igual para igual, e isso é muito interessante. Trabalhamos muito bem juntos, porque já nos aproximamos por afinidades intelectuais; não foi uma procura para etiqueta de trabalho.

O trabalho feito com prazer é mais produtivo, a pessoa não se sente uma figura alienada pelo trabalho. Isso explica a resistência de vocês às fórmulas e imposições do mercado?
Paulo Mendes da Rocha - Temos aqui uma assembléia crítica permanente, e isso é muito útil para nós todos.Nunca temos planos predeterminados para um projeto, não se sabe como será o próximo trabalho, apenas que será muito rico se surgir desses arquitetos. Há coisas que podem escapar, mas esse é um grupo muito crítico. Mesmo porque somos bem mais do que os que estão nessa mesa. E são todas pessoas extraordinárias. Nós temos recebido estagiários não só do Brasil, mas também da Holanda, de Portugal, que vêm nos procurar porque o trabalho naturalmente é divulgado. Portanto, há uma espécie de florescimento das coisas muito bom. Mas não temos um controle, não somos um grupo eficiente, propriamente organizado.
A experiência faz uma grande diferença em relação ao período em que o senhor era jovem?
Deve fazer, porque são coisas que já foram experimentadas antes, repetições de sucessos que se transformam, mas dentro de uma genealogia não só de recursos técnicos mas também da própria imaginação. Se você pensar que em tudo o que fazemos uma coisa sai da outra, muito do que se projeta agora são projeções feitas antes, à luz de outras questões, que lá não cabiam, mas cabem aqui. O assunto é um só, é a transformação espacial de acordo com o que se imagina. A experiência dá tranqüilidade.
Paulo Mendes da Rocha - Por causa da experiência? Daí é que vem a experiência. Eu era mais intrépido. No projeto do [clube] Paulistano eu tinha 28 anos, recém-formado. Tinha saído da escola quando abriu o concurso. Não me importei muito com o concurso, tinha o escritório, e até trabalho, não precisava ganhar o concurso para pagar as contas, mas achei interessante organizar aquela desordem que o terreno apresentava, com vários edifícios. Dizendo assim, ganhar um concurso parece uma balela, como quem ganha uma raspadinha, mas os projetos foram submetidos a um júri muito bom, composto por Rino Levi, Plínio Croce, homens de grande cultura, de grande saber, eruditos.
E concorreram bons arquitetos.
Ah, sim, certamente, mas os outros são os outros. A questão é o julgamento dessas personalidades. E eu também não pensei muito nisso, até porque o júri só apareceu lá para as tantas. Voltando à questão da experiência, nesse projeto eu procurei imaginar o desejo dos outros, aquilo que fosse festivo, alegre. Tinha que fazer uma arquibancada, e sempre fui muito preguiçoso, e chamei um consultor que fez os cálculos da curva de visibilidade perfeita, com matemática pura.
A técnica não tem mistério.
O arquiteto não evolui, então?
Marta Moreira - A evolução existe, mas não vejo no trabalho do Paulo uma evolução. Cada coisa é diferente da outra e elas vêm em função do problema que se coloca, e acho isso uma coisa muito marcante nele - a capacidade de enxergar o problema. Talvez a experiência esteja no fato de ele já não ficar aflito, ter mais serenidade.
A experiência talvez esteja na facilidade e rapidez com que ele detecta a melhor solução...
Marta Moreira - Mas acho que isso sempre houve no trabalho do Paulo.
Paulo Mendes da Rocha - Talvez eu não tenha me expressado bem, a experiência é mais no trato das coisas. Fiz o Paulistano há quase 50 anos, quando não tinha experiência. Lembro que fui ao escritório do Figueiredo Ferraz falar da estrutura e ele me deixou esperando umas três horas. Mas depois encontrei o ilustre engenheiro Tulio Stucchi e, se não fosse ele, não teria feito o Paulistano. Estavam me dizendo que aquilo não dava certo, mas como ele estava ligado à obra disse: “Não senhor, vamos fazer isso”. Se em alguns momentos você não encontra a pessoa adequada, ou se topa com a pessoa inadequada, pode receber um tranco e atrasar ou mesmo mudar sua vida. Eu tive a sorte de encontrar uma pessoa solidária e que confiava na engenharia, na possibilidade de realizar as coisas.
Guilherme Wisnik - Uma coisa que marca muito quem foi seu aluno é quando você diz que “não sabe exatamente o que quer fazer mas sabe o que não quer”. Isso é fundamental e quem trabalha com você vai assimilando seu modo de projetar, e quem escreve sobre seu trabalho sempre erra, porque pega pelo aspecto formal.
No Patriarca, quando você diz que não fez uma laje plana para não subirem e isso você não queria... São princípios que vão se encadeando e o projeto é estruturado assim. A experiência pode contar nesse sentido, de discernir o que você não quer fazer.



A obra de algum arquiteto ainda o emociona? Qual?
O Niemeyer sempre me impressiona muito. O que me impressiona mais no Niemeyer, atualmente, é a expectativa de qual será sua próxima obra. O Fernando [de Mello Franco] disse que esse museu de Curitiba é um maravilha. Levei um amigo arquiteto da Suíça, o Luigi Snozzi, que é muito culto, para conhecer o museu de Niterói e ele ficou encantado. Aquilo é o modo de o Niemeyer ver a terra dele, e Niterói é um anexo do Rio e vice-versa. Às vezes a arquitetura do Norman Foster impressiona, porque o Reichstag, em Berlim, é um horror. Mas o aeroporto de Londres é muito lindo, as estruturas metálicas são belíssimas.



Aprendamos com os Grandes!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Áreas mínimas.

É basico que tenham-se fixas as medidas mínimas para projetar, a partir delas é possível criar outras, ampliando-se e ajustando-se às demandas. Seguem as medidas mínimas dos ambientes principais para uma construção efetiva;


Sala de estar


Área básica_ 8m²

Sala de jantar
Área básica_10m²

Cozinha
área básica_ 6m²


Quarto casal


área básica_ 10m²


Banheiro
área básica_4m²


É essencial ter em mente as medidas base, para então trabalhar em cima do projeto e adequa-las, quanto às representações,  futuramente discutiremos técnicas que tornam possível sua elaboração, tanto artística quanto técnica.